segunda-feira, 26 de outubro de 2015

ARTE REAL-TRABALHOS MAÇÔNICOS: "A primeira instrução de Aprendiz".

Por Gustavo Souza Miranda Sacchetti. Como qualquer criança recém-nascida, o Aprendiz é tomado por uma intensa curiosidade por tudo que está a sua volta, o significado dos símbolos, a linguagem, a postura. Queremos beber a taça em um único gole, toda de uma só vez... E nossos Mestres, com a paciência e misericórdia de atenciosos pais, procuram amorosamente nos ensinar a postura correta de nosso corpo para facilitar os primeiros trabalhos de desbastamento da pedra bruta, sem que nos desestimulemos frente ao cansaço que vez por outra começam a abater nosso corpo e nosso espírito. Assim como não existe uma criança que não deseje atingir prontamente a vida adulta, não há Aprendiz que não deseje tornar-se rapidamente um Mestre. Embora tanto uma como o outro não compreenda que se tornar um adulto assim como um Mestre, é na verdade assumir grandes responsabilidades. Ser um aprendiz, um Aprendiz ativo e inteligente que desprenda todos os esforços para progredir iluminadamente no caminho da Verdade e da Virtude, realizando e pondo em prática a Doutrina Iniciática, é sem dúvida muito melhor que ostentar o mais elevado grau maçônico, permanecendo na ignorância dos princípios e fins sublimes de nossa Ordem. Não devemos ter demasiada pressa na ascensão a graus superiores. Compreender efetivamente o significado dos símbolos e cerimônias que constituem a fórmula iniciática deste grau, procurando a sua prática todos os dias da vida, é muito melhor que sair prematuramente dele, ou desprezá-lo sem tê-lo compreendido. A condição e o estado de aprendiz referem-se, de forma precisa, à nossa capacidade de apreender; somos aprendizes enquanto nos tornamos receptivos, abrindo-nos interiormente e colocando todo o esforço necessário para aproveitarmos construtivamente todas as experiências da vida e os ensinamentos que de algum modo recebemos. Estas qualidades caracterizam o Aprendiz e o distinguem do profano. No profano, prevalecem a inércia e a passividade, e, se existe um desejo de progresso, uma aspiração superior, encontram-se como que sepultados ou sufocados pela materialidade da vida, que converte os homens em escravos completos de seus vícios, de suas necessidades e de suas paixões. A Autoridade dos Mestres é simplesmente Guia, Luz e Apoio para o Aprendiz, enquanto não aprender a caminhar por si mesmo, mas seu progresso será sempre proporcional os seus próprios esforços. O esforço individual é condição necessária para este progresso. O Aprendiz não deve contentar-se em receber passivamente as ideias, conceitos e teorias vindas do exterior, e simplesmente assimilá-las, mas trabalhar com estes materiais, e assim aprender a pensar por si mesmo, pois o que caracteriza a nossa Instituição é a mais perfeita compreensão e realização harmônica de dois princípios de Liberdade e Autoridade, que se encontram em tão franca oposição no mundo profano. Cada um deve aprender a progredir por meio de sua própria experiência e por seus próprios esforços, ainda que aproveitando segundo seu discernimento e experiência daqueles que procederam nesse mesmo caminho. Pela ordem natural das coisas, não é possível se polir uma pedra bruta, sem antes desbasta-la. Por isso os instrumentos dos Aprendizes são: a régua de 24 polegadas para apreciarmos às 24 horas do dia com critério, na meditação, no trabalho e no descanso físico e espiritual; o maço significando que é preciso por em prática as criações do cérebro e coração; e o cinzel mostrando a perseverança das nossas atitudes para chegarmos à perfeição. Mas, antes de tudo, aprendamos o que é a Ordem em sua essência, quais foram suas verdadeiras origens; o significado da Iniciação Simbólica pela qual fomos recebidos; a Filosofia Iniciática da qual provêm os elementos, o estudo dos primeiros Princípios e dos símbolos que os representam. Receberemos assim o salário merecido como resultado de nossos esforços e tornaremos obreiros aptos e perfeitamente capacitados para o trabalho que de nós será exigido. REFERÊNCIAS: Aprendiz Maçom – Instruções Grau 1, R .’. E .’. A .’. A .’. - Ritual de 1928 Simbolismo do Primeiro Grau, Rizzardo da Camino Iniciação Maçônica: O Parto do Homem Perfeito, Walter de Oliveira Bariani Ir .’. Dalvo Ferreira Leite. Fonte: ARTE REAL-TRABALHOS MAÇÔNICOS. ACESSO: http://focoartereal.blogspot.com.br/2012/05/primeira-instrucao-de-aprendiz.html

terça-feira, 6 de outubro de 2015

28.º Grau - Príncipe Adepto.

Também conhecido por Cavaleiro do Sol, é um Grau eminen­temente hermético e cabalístico, complicado e sempre transmitido por Iniciação. Nem sempre os Graus subseqüentes do Rito Escocês Antigo e Aceito são uma continuação do anterior. Na maioria das vezes são Graus totalmente independentes, embora com algumas exceções. No caso presente parece haver uma continuidade complementar do Grau 22 - Cavaleiro do Real Machado e do Grau 26 - Escocês Trinitário. O Grau pretende demonstrar que Deus não manifestado é a Razão Pura e que Deus manifestado é a própria Natureza e que o Grande Segredo é a passagem do invisível para o visível, no entender de Nicola Aslan. A lenda do Grau remonta ao Jardim do Éden, que era o Paraíso Terrestre citado no livro de Gênesis. O Candidato ao Grau recorre à Verdade, aos Querubins e aos Silfos. A busca é o Grande Segredo que deverá fazer imperar a Razão sobre a Terra. Nos Rituais mais completos o desenvolvimento do Grau dá-se em quatro câmaras, a saber: a primeira é uma caverna, a segunda é forrada de preto, a terceira é forrada de vermelho e a quarta, de azul. O Presidente representava Adão, o único Vigilante é a Verdade, mais sete membros são os Querubins que formam o Conselho e mais cinco Irmãos são os Silfos. Os Querubins representam os Arcanjos Planetários e os Silfos são espíritos elementais do ar. Os Querubins, os respectivos planetas governados e cores, são: Miguel - Saturno - Negro Gabriel - Júpiter - Alaranjado Uriel - Marte - Vermelho Zaraiel - Sol - Dourado Hamaliel - Vênus - Verde Rafael - Mercúrio - Azul Tsafiei - Lua - Prateado Os Querubins são os Arcanjos Planetários, também conhecidos por Malakins e são da tradição mística judaica. Os Malakins trazem uma espada na mão, pois são os Guardiões do Santuário. No Altar de cada um deles há uma lâmpada da respectiva cor planetária. Cabe lembrar que eram estes os planetas conhecidos na Antigüi­dade e que para os efeitos astrológicos e cabalísticos o Sol e a Lua também são considerados planetas, embora na realidade sejam uma estrela e um satélite. O nome Cavaleiros do Sol é uma alusão à profunda consideração que a Maçonaria tem para com a maior glória do Criador. Parece que assim como o Sol propicia as quatro estações na natureza, também afeta psíquica e espiritualmente o homem, que passa a ter as suas estações espirituais. Cabe, todavia, esclarecer que o Grau de Príncipe Adepto ou Cavaleiro do Sol não é um mero objeto de adoração irracional e idolatra ao Sol, mas sim uma forma de prestar culto à natureza, que é a Verdade Manifestada. A Iniciação no Grau de Príncipe Adepto dá-se numa caverna, que é iluminada por um foco de luz colocado ao Oriente, simbolizando o Sol, que está coberto por um véu. O teto da caverna representa o céu estrelado. No centro do Templo, o Santuário, são colocados sete altares menores representando os sete planetas, nos quais sentam os Arcan­jos Governadores acima referidos. Na entrada do Templo, fica de um lado uma pomba e do outro, um corvo. Há também, a noroeste, um quadro de dupla face. Numa delas está a Estrela de Davi com um Sol em seu centro e com um dos nomes de Jeová; na outra há uma coroa de louros tendo na parte superior um laço de fita e no centro um coração alado. A sudeste há uma gravura representando um pórtico, onde o Bom Pastor sobe sete degraus com um cordeiro às costas. O Orador senta-se perto do Trono e tem a Tábua das Esmeral­das em seu poder. A Tábua das Esmeraldas é a síntese das obras de Hermes Trimegisto. Como vimos, o Presidente tem o título de Adão, Pai dos Pais, e traz na mão um cetro azul com um globo dourado. No pescoço tem uma fita azul da qual pende uma Jóia que é um Sol Dourado. Há apenas um Vigilante, o Irmão Verdade, que traz ao pescoço uma fita da qual pende um triângulo com um olho no centro. Traz nas mãos um bastão branco em cuja extremidade há um olho dourado. Para Iniciação ao Grau de Cavaleiro do Sol ou Príncipe Adepto, o Templo estará apenas iluminado pelas lâmpadas coloridas dos Malakins. Os candidatos, Irmãos do Grau 27 - Cavaleiros Comen­dadores do Templo, são considerados filhos das trevas e preparados no átrio pelo Mestre-de-Cerimônias, que lhes explica as declarações que terão de prestar. Após a entrada, entre colunas, os candidatos ouvem a mensagem que o Presidente emite para eles a respeito do esoterismo do Sol. Finda a mensagem, um dos candidatos é conduzido ao Trono onde se apresenta como um idealista para lutar ao lado do bem. Segue-se então a Cerimônia de apresentação do candidato aos sete Malakins. Há um diálogo com cada um deles e a aposição de um paramento da respectiva cor planetária, sendo que ao final da apresentação o candidato estará trajado de sete túnicas coloridas, tendo as mãos amarradas e a cabeça coberta por um véu negro. Desta maneira ele é conduzido para entre a pomba e o corvo, onde ouve a explanação do Orador a respeito das Obras de Hermes Trimegisto. Então, os Neófitos prestam os seus Juramentos e o Mestre-de-Harmonias executa o Hino do Sol ou música apropriada. Após breve locução final do Presidente, os Neófitos são re­vestidos das suas insígnias e recebem os mistérios do Grau. 1 - Ornamentação do Templo do Príncipe Adepto Nos Rituais mais antigos, parece que não havia especificação da decoração do Templo. Nos mais modernos, temos a decoração descrita acima, mas raras são as Lojas que decoram os seus Templos ritualisticamente para cada Grau. Geralmente, são feitas inúmeras adaptações e mesmo modificações. 2 -Mistérios do Grau de Príncipe Adepto PALAVRAS - SAGRADA - Adonai - Resposta - Abrac (meu pai). - PAS SE - Stibium (antimônio). SINAIS - Colocar a mão direita sobre o coração com o polegar formando esquadria. RESPOSTA - Levantar a mão direita e apontar o céu com o indicador. TOQUE - Um aperto de mãos socialmente comum, sem afetação. BATERIA - Seis pancadas iguais (!!!!!!). TRABALHO - Abertura: é noite sobre a Terra, porém o Sol está no meridiano da Loja. - Fechamento: os homens seguem sempre o erro: poucos o combatem, poucos chegam ao lugar santo. Fonte: Blog Cidade Maçônica. Acesso em http://cidademaconica.blogspot.com.br/2007/07/uma-viso-global-dos-33-graus-do-r-e-a.html

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Soberano Príncipe da Maçonaria - 20.º Grau.

Este grau também é conhecido por MESTRE AD VITAM ou GRÃO-MESTRE DE TODAS AS LOJAS. Um dos pontos altos do Grau 20 é relembrar a construção do Templo de Jerusalém. Lembramos que foram três os Templos de Jerusalém, construídos, profanados e destruídos; o primeiro foi o Templo de Salomão, que foi profanado e destruído pela invasão do persa Nabucodonosor. O segundo foi o Templo de Zorobabel, profanado e destruído por Pompeu, Imperador Romano. O terceiro foi o Templo de Herodes, construído pelo Governador de mesmo nome e mandado destruir pelo Imperador romano Tito, no ano 70 da nossa era. Neste Grau referimo-nos à reconstrução do Templo de Jerusalém feita por Zorobabel; portanto, o segundo Templo, cuja história é referida no Grau 15 - Cavaleiro do Oriente ou da Espada, sob as ordens dos reis persas Ciro e Dario. Este é um Grau Bíblico-templário e a sua lenda refere que os caldeus instituíram no deserto as escolas de tribunos-oradores, cuja incumbência era procurar a verdade e que destas tribunas tiveram origem as diversas doutrinas, como os filósofos, os cabalistas e os Maçons. Segundo Nicola Aslan este Grau ocupa-se da redenção das massas pela pregação da verdade. O Grau é concedido por comunicação. 1 - Ornamentação da Loja. O Templo é decorado nas cores azul e amarelo. 2 - Mistérios do Grau PALAVRAS - SAGRADA - Rasah Betsijah ou Jehovah (conforme o Ritual). - PASSE - Jeksan. - Resposta: Stolkin. SINAL - São quatro os Sinais do Soberano Príncipe da Maçonaria: - PRIMEIRO SINAL - É o Sinal das Quatro Esquadrias. Pôr a mão direita sobre o coração com os dedos unidos e o polegar afastado (formam-se duas esquadrias; uma com os dedos e a outra com braço e antebraço). Pôr a mão esquerda sobre os lábios, dedos estendidos e polegar afastado (forma a terceira esquadria). Unir os calcanhares em esquadria. Forma-se aí a quarta esquadria. - SEGUNDO SINAL - Colocar-se de joelhos, encostando os cotovelos no chão, prostrando a cabeça um pouco inclinada para a esquerda. - TERCEIRO SINAL - Cruzar os braços sobre o peito (como no sinal do Bom Pastor), os dedos estendidos, os polegares em esquadrias (duas esquadrias) e os pés unidos pelos calcanhares em esquadria. - SINAL DE INTRODUÇÃO- Erguer o braço direito diante da cabeça como para defender-se de um golpe (com Espada). Encontrando-se as Espadas, cruzam-se e formam a Abóbada de Aço. TOQUE - Os Irmãos pegam-se mutuamente com a mão direita o cotovelo do braço direito, apertando-o por quatro vezes. Depois, correr a mão ao longo do antebraço e pressionar com o indicador na ligadura do punho direito. BATERIA - Três pancadas por uma e duas (! !!). 3 - Insígnias do Soberano Príncipe da Maçonaria. Avental - De cor amarela e forrado de azul. Segundo alguns autores, não há Avental neste Grau. Fita - Duas fitas cruzadas sobre o peito. Uma amarela e outra azul. Jóia - Um Triângulo de ouro sobre o qual existe gravada a letra R. Origem: Blog Cidade Maçônica. Acesso em http://cidademaconica.blogspot.com.br/ Fonte: Blog Maçonaria Sociedade Secreta. Acesso em http://maconariasociedadesecreta.blogspot.com.br/2011/05/grau-20-soberano-principe-da-maconaria.html